sábado, 19 de março de 2011

Unidos em suas entranhas pelo Evangelho

Paulo disse:

“Pois Deus é minha testemunha, de como tenho saudades de todos vós no entranhável afeto de Cristo Jesus.” (Fp. 1: 8)

Injúrias e calúnias, perseguições e sofrimento, ofensas e desprezo, dor no corpo e na alma. Mas há quem se compadeça, há quem não o abandone.

Há quem o acompanhe. Até o Mestre nos ensinou que quanto homem nos é necessário ter alguém que ajude a carregar a cruz, que a força humana em certo momento se esvai, que o cansaço toma conta, a exaustão domina, mas a caminhada continua, entre chicotadas e escárnio, entre ofensas e humilhações, até que o propósito se cumpra.

Padecer pela fé está no pacote de salvação de Deus, portanto, é certo que se vivermos como luz as trevas tentarão nos ofuscar o brilho.

Diante disso o que resta é a unidade, para que ninguém esteja como Elias desejando a morte em algum canto, mas seja revigorado pelo apoio dos que não se acovardam por amor à Verdade.

O que surge nesse instante é a gratidão indissociável, entranhada no coração de quem recebe apoio. “Dou graças a Deus por tudo que lembro de vós”, como é grande o auxílio no progresso do Evangelho.

E esse é o alvo: Que o Evangelho se expanda, e diante das oposições, a cada tribulação vencida pelo progresso do mesmo Evangelho, Cristo é engrandecido, e os que não nos abandonam nesses momentos, antes, participam conosco do sofrimento, são tatuados em nosso interior.

O contrário disso jamais irá produzir “entranhável afeto”. A pregação despreocupada, a liberdade excessiva, a não-oposição, resulta em ausência de dor, em comunhão superficial, em amor aparente.

O que nos une é a pregação do Evangelho, o que nos causa sofrimento é a pregação do Evangelho, o que nos apresenta nossas fraquezas é a pregação do Evangelho, o que nos fortalece é a pregação do Evangelho, o que nos mantém uns nos outros, afetuosamente em suas entranhas como nas de Cristo, é a pregação do Evangelho.

A igreja convidada para “dentro de si mesma”, não sofre, não se une, não se ama, a Igreja chamada “para fora, para o mundo”, padece, é recriminada, perseguida, repudiada, injuriada, mas carrega unida a tal fardo, unida em suas entranhas.

Louvado seja o Senhor, que nos concedeu não somente o crer, mas também o padecer por amor de Cristo, o Centro de nossa alegria, de modo que tudo, inclusive a dor que se sente estando nEle, tornasse razão de alegria no Mesmo. Que venha tudo em prol do amor, até mesmo a dor.

Por Gustavo Marchetti, mais dos que anseiam sentir o amor que Cristo sente em Suas entranhas, ainda que isso resulte de sofrimento e perseguições.