quarta-feira, 30 de março de 2011

Na Verdade eu penso o que é verdadeiro



Ele é a Verdade, de modo que tudo o que foi manifesto por Ele é verdadeiro. Seus atos são a emanação da Verdade, Suas palavras a propagação da mesma, estendendo-se como um lençol de luz por sobre toda treva produzida pela mentira, falsidade e hipocrisia humana.

Assim é: Onde há a Verdade e tudo o que dela provém, (ou seja, tudo o que é verdadeiro) se desfaz o que é da mentira, de modo que podemos afirmar, usando como base a semelhante afirmação de João, que a Verdade encarnou-se a fim de destruir as obras da mentira.

Como Paulo aconselha, é nisso que devemos pensar: em tudo o que é verdadeiro, em tudo o que provém da Verdade, da Realidade do Deus verdadeiro. Ele sendo a Verdade não podia manifestar a mentira do mundo em Si e por isso o mundo não O conheceu. Em cada batida do coração de Cristo era manifesta a Verdade aos homens, de tal forma que os que eram da mentira se calaram e envergonharam diante de Seus atos. A mentira não suporta a Verdade. Desse modo, revelando-se a Verdade, dissipasse a mentira e apenas permanece no ambiente tudo o que é verdadeiro, portanto, no que é verdadeiro pensai e lançada fora será toda mentira do quarto de sua consciência.

Quem pode pensar estar agindo em verdade e continuar a apedrejar uma mulher culpada, estando diante da Verdade que a ninguém condena? Quem pode dissimular atenção e zelo, diante da Verdade que se manifesta para ser apreciada, adorada e apreendida? Quem pode manter-se intolerante diante da Verdade que manifesta a união ao invés da separação? Quem pode preocupar-se com locais santos diante da Verdade que diz que a adoração flui do espírito que transcende qualquer localidade? Quem pode continuar a ver-se justo diante da Verdade que torna manifesta e visível a toda sua injustiça? Quem pode continuar a condenar-se por suas culpas diante da Verdade que ama sem ponderá-las?

A resposta é: aquele prefere as obras da mentira. O que prefere o juízo injusto de quem apenas possui a falsa impressão de que pode discernir o bem do mal. O que comparando-se a outro, busca a melhor e mais correta postura a fim de que receba sua glória. O que prefere pensar que Verdade é o que se vive em si mesmo, em seu caminho, tornando todos os demais errados e falsos. O que pensa que sagrado é o que se entalha em pedra ao invés do que se entalha no coração. O que prefere fechar os olhos para si mesmo mantendo-se na escuridão em que vive aquele que tropeça sem nem saber onde tropeçou. O prefere pensar-se capaz de ser em si mesmo alguma coisa.

Para estes não há esperança, pois não há figueira que não seque diante da Verdade, por tentar atrair atenção com suas folhas, permanecendo, no entanto, sem produzir frutos. Com a Verdade só se pode lidar NA Verdade. Com a Verdade não se brinca, não há espaço para a mentira, para a hipocrisia ou a falsidade. A Verdade é, não parece ser. Nisto pensai...

Por Gustavo Marchetti, mais um dos que pensam na Verdade.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã

“Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.” (Lamentações 3: 26)

“Mas é claro que o sol vai voltar amanhã”... e se não voltar é porque um Brilho de muito maior glória que ele nos estará iluminando. O amanhã é sempre sinal de misericórdia, de recomeço, de esperança, de mudança, de continuidade em contrapartida à apatia que resulta na fixação que se tem nas circunstâncias de hoje.

Saibamos que a queda de hoje somente precede o levante de amanhã, a escuridão da noite vivida em lágrimas apenas precede o alvorecer da manhã que brilha iluminando o caminho a se seguir e as trevas que enegrecem as expectativas que nos motivam, apenas precedem o renascer da esperança que brota no terreno batido pelo sofrimento. O que quero dizer é que para o que sofre hoje, sempre há esperança futura.

Isto porque a noite não é fim do dia, mas apenas o anúncio de que outro dia se iniciará. A noite diz do dia: “Ele vem”. O que vê a vida como um caminho contínuo não permanece caído diante das circunstâncias, se permanece no chão por um tempo, é apenas para curtir o descanso da noite escura, mas a esperança certa de que um novo dia vem é para este infalível como motivador para que não desanime.

Do contrário, se vê noite mesmo à luz do dia, se anda em trevas mesmo olhando para o sol, a vida perde o brilho, tudo se torna escuro, e para quem assim caminha, há no coração dúvida se o sol virá amanhã, se há esperança, se há razão para continuar; e de onde irá este retirar suas forças? Sem esperança, a vida torna-se monótona, o cotidiano enfadonho; comer, beber e morrer, esse é o ciclo depressivo de quem nada espera.

Bom mesmo é viver para o dia, pois se há algo para ser feito, que se faça agora, durante o dia, e quando vier a noite, que se coloque no dia a esperança, lembrando-se que a noite chega, mas somente para avisar que o dia vem. Assim deito e pego no sono, pois a cada dia basta seu próprio mal, não a cada noite, pois de noite ninguém pode trabalhar. De noite basta dormir, sem ansiedade, para que amanheça junto com o recomeço do dia.

O que hoje perdeu sua casa, amanhã trabalhe para reconstruí-la; o que hoje foi infiel, amanhã seja fiel; o que hoje chora, esteja certo de que amanhã terá suas lágrimas enxugadas, ao que se diz que o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.

Por Gustavo Marchetti, mais um dos que caminham durante o dia e pelo Dia.

terça-feira, 22 de março de 2011

Sem dívidas ou devedores


“Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga. Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Senhor, sê paciente comigo, e tudo te pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei. Ele, entretanto, não quis, antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo o que acontecera. Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.” (Mateus 18: 21-35)

E diante de tão grande compaixão ainda há alguém de quem eu possa não me compadecer?

Se a dívida impagável é revogada pela misericórdia absoluta, porque ainda exigirei que outros me paguem o que devem? Se com Ele está tudo certo, logo com todos também está. Se de cima vem perdão, aqui em baixo só pode haver também. Qualquer um que, verdadeiramente, esteja ciente de que o escrito de dívida foi rasgado diante de Deus, rasga todas as notas promissórias de seus irmãos e não somente deles, mas também de seus inimigos.

“Ninguém me deve mais nada”, é o que pensa aquele que sente o fardo pesado da culpa sair de sobre seus ombros. Não há quem me deva...

tolerância ou compreensão no dia em que eu estiver cansado,

atenção e apoio quando me encontrar enfermo,

retribuir meus bons atos,

fidelidade por eu ser fiel,

respeito por eu ser respeitoso,

amor por eu amar.

Daí em diante inicia-se uma nova caminhada, para fora de si mesmo, para fora de seus desejos e exigências. O espírito dilata, o coração se enche de perdão, deixa-se a pequenez do ser e torna-se grande, abandona-se a mesquinhez de quem quer que tudo seja como quer que seja, e passa a aceitar as diferenças, a compreender as oposições. Se aprende a ficar com o prejuízo, a aceitar a calúnia, a dar a outra face, abandona-se a vingança, o ódio, a amargura e o rancor. Deixa-se de lado a justiça própria, aliás, nenhuma outra justiça parece lógica senão a que diz que para cada réu há absolvição.

E se essa é a perspectiva que se tem sobre o que é justo daqui pra frente, então já não há mais juízo a ser estabelecido acerca de ninguém, não há medida com que se deva julgar.

O escrito de dívida que o mundo inteiro tinha contigo, agora está rasgado. E quando foi isso? Na cruz, e não somente ali, na plenitude dos tempos, mas antes dos tempos existirem. É diante desse perdão que me perdoou e te perdoou, antes de eu e você existirmos, que devemos perdoar o mundo inteiro, antes que ele peque contra nós. Desde a mãe desatenciosa ao pai omisso, do irmão opressor ao primo dedo-duro, da atendente mal-humorada ao patrão arrogante, todos estão livres para nos ofender como quiserem.

O contrário disso é caminhar carregando culpas e culpados nas costas, e com existência pesada enfadar a alma, encontrando devedores na rua o tempo todo, agarrando-lhes pelo colarinho, sufocando-os com ódio, encarcerando-os em seu coração, oprimindo-os com suas palavras. É julgar tudo e todos, viver a frustração de quem quer ordenar cada acontecimento do universo para alcançar paz. É viver com coração ingrato, incapaz de desfrutar da maravilha de existir para a glória de Deus.

Por Gustavo Marchetti, mais um dos que, antes perdoados, agora, perdoam.

sábado, 19 de março de 2011

Unidos em suas entranhas pelo Evangelho

Paulo disse:

“Pois Deus é minha testemunha, de como tenho saudades de todos vós no entranhável afeto de Cristo Jesus.” (Fp. 1: 8)

Injúrias e calúnias, perseguições e sofrimento, ofensas e desprezo, dor no corpo e na alma. Mas há quem se compadeça, há quem não o abandone.

Há quem o acompanhe. Até o Mestre nos ensinou que quanto homem nos é necessário ter alguém que ajude a carregar a cruz, que a força humana em certo momento se esvai, que o cansaço toma conta, a exaustão domina, mas a caminhada continua, entre chicotadas e escárnio, entre ofensas e humilhações, até que o propósito se cumpra.

Padecer pela fé está no pacote de salvação de Deus, portanto, é certo que se vivermos como luz as trevas tentarão nos ofuscar o brilho.

Diante disso o que resta é a unidade, para que ninguém esteja como Elias desejando a morte em algum canto, mas seja revigorado pelo apoio dos que não se acovardam por amor à Verdade.

O que surge nesse instante é a gratidão indissociável, entranhada no coração de quem recebe apoio. “Dou graças a Deus por tudo que lembro de vós”, como é grande o auxílio no progresso do Evangelho.

E esse é o alvo: Que o Evangelho se expanda, e diante das oposições, a cada tribulação vencida pelo progresso do mesmo Evangelho, Cristo é engrandecido, e os que não nos abandonam nesses momentos, antes, participam conosco do sofrimento, são tatuados em nosso interior.

O contrário disso jamais irá produzir “entranhável afeto”. A pregação despreocupada, a liberdade excessiva, a não-oposição, resulta em ausência de dor, em comunhão superficial, em amor aparente.

O que nos une é a pregação do Evangelho, o que nos causa sofrimento é a pregação do Evangelho, o que nos apresenta nossas fraquezas é a pregação do Evangelho, o que nos fortalece é a pregação do Evangelho, o que nos mantém uns nos outros, afetuosamente em suas entranhas como nas de Cristo, é a pregação do Evangelho.

A igreja convidada para “dentro de si mesma”, não sofre, não se une, não se ama, a Igreja chamada “para fora, para o mundo”, padece, é recriminada, perseguida, repudiada, injuriada, mas carrega unida a tal fardo, unida em suas entranhas.

Louvado seja o Senhor, que nos concedeu não somente o crer, mas também o padecer por amor de Cristo, o Centro de nossa alegria, de modo que tudo, inclusive a dor que se sente estando nEle, tornasse razão de alegria no Mesmo. Que venha tudo em prol do amor, até mesmo a dor.

Por Gustavo Marchetti, mais dos que anseiam sentir o amor que Cristo sente em Suas entranhas, ainda que isso resulte de sofrimento e perseguições.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O Verdadeiro Avivamento

O avivamento na qual Deus verdadeiramente quer derramar sobre nossas vidas, consiste em algo que o próprio Jesus ensinou a seus apóstolos e estes ratificaram em praticamente todas as suas cartas ou epístolas direcionadas as igrejas, é o amor e a comunhão entre os irmãos.

O amor é a grande porção de poder que devemos buscar do Espírito Santo para verdadeiramente sermos homens e mulheres avivadas, a comunhão entre os irmãos e o amor são elementos fundamentais para o avivamento de uma igreja."Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: Se tiverdes amor uns aos outros"(João 13.35).E essa é a grande característica da igreja genuína, o amor entre todos, superando as diferenças de personalidades e opiniões, tendo em nós o sentimento de servos uns dos outros, "Pois o amor não busca os seus próprios interesses"(1 coritios 13).

Vamos buscar o avivamento de Deus para nossas vidas, para que o mundo possa ver, perceber e converter-se dos seus maus caminhos, pois o amor de Jesus Cristo um dia nos alcançou e que através de nossas vidas, possa também o mundo ser alcançado.

Kelly

terça-feira, 15 de março de 2011

Só sei que nada sei


“Quem há que possa discernir as próprias falhas? Expurga-me das que me são ocultas.” Salmo 19: 12

Quem pode discernir a profundidade do mal que em si habita, ou quem pode compreender a altitude do bem que é apresentado em seus atos?

O que é certo ou errado diante de Deus?

Como compreenderei completamente os pensamentos mais elevados que os meus? Acaso conheço a mente de Deus?

Com os judeus está a Lei escrita em tábuas, a fim de trazerem à tona a sujeira oculta no povo infiel. Com as outras nações está a Lei escrita nos corações dos homens de bem que se fazem exemplo para os que vêm após eles, e assim, são todos acusados, judeus e gentios, pela consciência que se eleva em direção ao Eterno.

A Lei apenas me apresenta que não posso cumprir “A Lei” que ainda não conheço plenamente, mas apenas em parte: o Amor. Ninguém é o fim de si mesmo, não há coração que suporte, sem aflição, viver assim. Quem pode contrariar essa Lei, algum judeu ou algum gentio o fará? Há índios, africanos, europeus, esquimós ou qualquer outra raça onde existam indivíduos capazes de viverem felizes apenas vivendo de si para si mesmo?

Eu nasci para viver para O Outro e para o próximo. E se o bem se cumpre no próximo, então não posso apresentar nada em mim que confirme o bem que fiz. O bem termina no próximo, ele sabe o bem que eu o fiz, não eu. Quando algum bem é realmente executado, a mão esquerda não conhece o que fez a direita. E vivendo assim, quantas vezes direi que “fiz o bem”, ou quantas vezes direi que “fiz o mal”? Dentre estas, quantas vezes compreenderei o mal que fiz?

Se o homem faz o bem que sabe, como disse certo filósofo, mas nunca sabe a plenitude do que é o bem, então o homem jamais poderá fazer o “bem” em sua totalidade.

Há em mim falhas impossíveis de serem discernidas por mim mesmo, pois sou alguém que jamais conseguirá compreender a totalidade da Lei divina, e se assim é, então sempre necessitarei dizer ao Senhor: “expurga-me das falhas que me são ocultas”. Por isso, quando faço tal confissão, admito quem sou, ainda que sem saber totalmente quem sou, sou pecado, até onde conheço e sei que isso se estende para muito além de onde posso enxergar.

A perfeição só se terá na glória, onde O veremos como Ele é, e nos tornaremos como Ele, pois ali sim veremos em completo a Lei, o Cristo em toda Sua glória, e se como homem Ele encarnou tão grande amor, distante de qualquer outro que já haja passado por este mundo, estabelecendo um padrão digno de ser invejado por qualquer mestre espiritual, quanto maior e mais esplêndido será vê-Lo em Sua plenitude. Aleluia!

E assim, não saberemos jamais o bem nem o mal que fazemos, não conheceremos o bem porque ele não termina em nós, nem o mal porque não somos capazes de compreender o bem totalmente a ponto de deixarmos de praticar o que é mal, assim mesmo será no dia do juízo, quando ovelhas e bodes, justos e injustos perguntarão ao Senhor: “Quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber?” (Mateus 25: 31).

Não seja, portanto, prepotente ao ponto de estabelecer juízos quaisquer que sejam, pois quando assim fazemos nos comparamos a crianças de fraldas tentando construir um edifício de trinta andares com um balde de areia e uma pá de brinquedo em mãos, pois não temos material suficiente para julgarmos coisa alguma, uma vez que não conhecemos a plenitude da Lei nem o bem completamente, nem temos capacidade de faze-lo, pois se trata de cálculos demasiadamente complexos para indivíduos tão pequenos.

Por Gustavo Marchetti, mais um dos que sabem que nada sabem.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Se Ele disse “Pai, perdoa-lhes”, o que eu posso dizer?

“E Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.” (Lucas 23: 34)

O que fazer com a revolta que consome meu interior? Como não ser levado pelo mar de justiça própria que vem para saciar minha sede por vingança imediata? Como não se revoltar com as inúmeras falhas apresentadas pelos homens que, à frente de muitos, proclamam inverdades dissimuladas fantasiadas de verdades absolutas?

Diante disso, o desejo que fica é o de sair por aí arrancando o joio e lançando no fogo, mas se nem o Mestre veio para julgar, quem sou eu para fazê-lo? Por vezes me percebo inundado por desejos como os daqueles que diziam para que Jesus descesse da cruz, dos que esperavam que Ele destruísse os romanos, que esperavam que Sua vinda encontra-se significado na libertação do povo de Israel das mãos do grande império, ao que digo a Jesus, em meu íntimo: “Faz agora, mostra que és Deus”.

Esqueço-me que se Ele está na cruz, é para lá que devo ir também, se Ele suportou a dor ao invés de provocar a batalha, é essa mesma paz que devo procurar ter com todos, pois se Ele está em mim, então devo andar como Ele andou, e se ando como Ele andou, não julgo, mas meu caminhar torna-se amoroso e meu desejo passa a ser o de salvar e não condenar.

“Eles não sabem o que fazem”. Se para Aquele que tudo sabe, o fato de conhecer os erros deles não foi considerado para que fossem por Ele condenados, quanto mais eu, que nada sei, virei, por pensar saber mais que os outros, a enredá-los em meus juízos.

Onde opera o juízo, não opera a misericórdia. A tolice de viver o sonho de ver a mudança dos caminhos daqueles que se perdem, deve ir até o último suspiro, até o estado mais profundo da dor produzida pela angústia que se tem diante do que se vê.

É diante do perdão que inundou meu ser que pude abrir mão do dualismo religioso no qual minha consciência permanecia encarcerada, julgando assim como sendo do demônio o que eu não atribuo a Deus.

Mas o que há que possa não ser atribuído a Deus? O diabo não foge a Seu alcance. Não há acontecimento que O surpreenda. Não há escolha humana que O impressione. E se o mundo, o homem, o diabo e tudo o mais são de Deus, então não há dualismo, porque não há duas forças agindo, somente uma, pois a Vontade é uma só. E se assim é, porque é então que quero me opor a essa Vontade? Devo sempre descansar em saber que Deus não perdeu o controle dos púlpitos de hoje em dia, antes de tomar qualquer atitude. E se o coração maligno dos irmãos do patriarca José operaram a Vontade de Deus, assim como Satanás na vida de Jó, então essa mesma Vontade também será operada através de “Silas e Caios”, “Benny’s Hinn e Jonh’s Piper”, igrejas emergentes e congregações emplacadas.

Diante disso, agora, posso dizer aos líderes religiosos que se tem perdido em seus caminhos, eu lhes perdôo setenta vezes sete vezes HOJE, ainda que me opondo a suas idéias, oro por vocês que, nesse quesito, são meus inimigos, pois vendem o Evangelho ao invés de dá-Lo gratuitamente, e os ouço, na TOLA ESPERANÇA – no que diz respeito a meus juízos carnais - de que, por misericórdia, o Pai me fale por meio de vós, pois a atitude revolucionária que se espera de mim é que eu seja como Ele, que ande como Ele, e confie na justiça que será feita por Ele, não por mim. Que eu não acresça nenhum sofrimento além do que qualquer homem mereça.

Por Gustavo Marchetti, discípulo dAquele que criou o maior movimento revolucionário da história: o amor.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Orações Feitas a Ninguém

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva”

João 4.10


Ninguém pede dinheiro a mendigo. Ninguém pede água a sedento. Ninguém pede comida a faminto. Este princípio parece óbvio. E eu disse “parece” porque só parece óbvio, mas não é. Óbvio é aquilo que todo mundo sabe, pratica e discerne por intuição, sem que ninguém precise ensinar. ‎Este princípio não é assim.


Usei o termo “ninguém” no começo do texto, porque ele exprime a verdade deste versículo. Enquanto Deus for “ninguém” no seu entendimento, você passará a vida inteira tirando água da cisterna para você e para Deus, exatamente como a mulher samaritana achou que poderia fazer. O susto do grande “Ninguém” que estava diante dela foi tanto que “Ninguém” exclamou: “Ah se você me conhecesse! Você me pediria e eu te daria água viva!” Quando “Ninguém” se tornar “Alguém”, as orações fluirão dos seus lábios de forma natural.


Conheço pessoas que não oram porque acreditam que Deus não existe. Conheço pessoas que não oram porque acham que Deus tem coisas mais importantes para fazer. Conheço pessoas que não oram para não incomodar a Deus. Conheço pessoas que não oram por não saberem a vontade de Deus para pedir de acordo com ela. Conheço pessoas que não oram porque acham que Deus não gosta delas. Tudo isso acontece por não conhecermos o “Alguém” que está na cisterna pedindo água para nós.


Este “Alguém” pede água a sedentos, dinheiro a mendigos e comida a famintos, porque quer que conheçamos a Ele para pedirmos a quem devemos pedir. Ele nos pede aquilo que somos incapazes de fazer para que Ele mesmo possa nos capacitar enquanto lhe pedimos. “Alguém” pede santidade a pecadores, pede amor aos duros de coração, pede vida aos mortos. E “Alguém” só nos pede para que peçamos a Ele.


Pare de oferecer a Deus aquilo que você não tem e comece a pedir! Como disse Calvino, "Resta que nEle busquemos e dEle, em súplicas, peçamos o que aprendemos nEle residir". Aprenda o que reside, habita, mora em Deus. Depois de aprender, peça. Porque depois que se aprende a suprir necessidades, nunca mais se passa fome.


Vinícius Santos Albuquerque

quinta-feira, 3 de março de 2011

Orações Adúlteras

“Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?”

Tiago 4.2-5


Uma esposa pede cem reais para seu esposo. Ele dá. Ela pega os cem reais e gasta com seu amante. Esta é a cena descrita no livro de Tiago. Pedir mal é pedir para gastar nos meus próprios deleites, nos meus próprios prazeres. Simples assim. Uma oração que pede para satisfazer desejos carnais é como o pedido de uma mulher adúltera ao seu marido.


Um casamento está fundado num princípio muito singular: Tudo é feito em benefício mútuo. Ainda que seja um benefício direcionado, isto sempre retorna ao benfeitor de alguma forma. Se o marido resolve dar para a esposa um dia de spa, ela ficará mais bonita para ele. Se a mulher resolve suprimir um motivo de discussão para não irritar o homem, receberá paz em troca. Este não é o caso de uma mulher adúltera. A mulher adúltera vive para si. Esta é a base do adultério: Considerar o benefício próprio melhor do que o benefício mútuo.


Entendendo isto fica fácil perceber que toda oração deve ser baseada nesse princípio: Tudo o que peço deve ter como fim uma retribuição alegre para Deus. Esta retribuição não é um pagamento, não é uma doação, mas é ação de graças. É o retorno de uma alma grata a Deus pela salvação. É o retorno de um salvo, que quer viver para tentar trazer mais alegria ao coração de seu Senhor, mesmo sabendo que não conseguirá fazê-lo.


Vinícius Santos Albuquerque

quarta-feira, 2 de março de 2011

O mundo é...


A consciência secular ou religiosa-secular, que visa suprimir a consciência produzida pelo Evangelho.

Um conjunto de pulsões carnais [com isso não me refiro somente aos vícios comumente desprezados por todos, mas também aos vícios de aceitação religiosa], que se opõe às pulsões do amor que fluem do Reino.

Um pensamento e não um grupo de coisas. São as insinuações de nossas almas para que desejemos tudo o que seja anti-Deus, o que na maioria das vezes são tudo aquilo que julgamos ser a favor de Deus.

A corrente que prende meu ego a fim de que o Evangelho seja por mim repudiado.

A condição mental egoísta que visa somente o próprio benefício, esta vai desde o patrão explorador ao devoto que anseia receber recompensa terrena por seus “atos de justiça”.

A arrogância do que pensa ser alguma coisa em si mesmo, fechando-se para sempre para o Evangelho.

Tudo o que se opõe às verdades do Reino, ao Descanso no amor do Pai e à fé absoluta em Cristo.

Por Gustavo Marchetti, mais um dos que sabem que só se pode discernir o “mundo” sob a perspectiva do Evangelho.

terça-feira, 1 de março de 2011

A Igreja é...

Uma família de muitos membros cujo principal desejo é serem semelhantes a Cristo.

Uma família de irmãos que não somente se consideram irmãos, mas vivem em amor fraternal.

Uma família onde cada um vê o interesse do outro como seu próprio interesse.

Uma família constituída por pessoas de diversas classes, idades e nacionalidades, que descansam nos braços Daquele que “de todos cuida de todas suas necessidades”.

Um corpo que se mantém unido apesar de distâncias ou circunstâncias, e que independe dos muros de um templo para tal união.

Um corpo por vezes febril e por vezes saudável. Que sofre como um todo ou se alegra por completo por seu vigor.

Um corpo cujo Cabeça é Cristo e não outro, de modo que a consciência por esse corpo seguida é a do Reino de Seu Senhor, e seguindo essa consciência discerne o mundo com o qual não deve contaminar-se e dele se abstém. Sendo Ele o Cabeça, o corpo sabe exatamente por onde e para onde anda, assim não se confunde, nem se parte em mil pedaços “denominacionais”, pois se mantém em comunhão, não por seus costumes, mas pelos ideais Daquele que o direciona.

Um corpo formado por células pecadoras remidas pelo amor do Pai, que, diante de tal amor, sentem-se constrangidas a sofrerem uma mutação em sua estrutura, a fim de manifestarem ao mundo a glória Dele.

Por Gustavo Marchetti, mais um da família Igreja.