segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A Ignorância do Obedecer

“Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;”

Mateus 6.3


Hoje acordei com a percepção extrema de que tudo se faz por reconhecimento. TUDO. Todos os nossos relacionamentos giram em torno do reconhecimento. Esta é a causa principal de todas as desavenças familiares. A mulher briga com o marido porque ele não reconhece o “duro” que ela dá em casa e ainda a chama de preguiçosa. O marido briga com a esposa porque ela não percebe que ele suou demais a camisa no trabalho para ela gastar 300 R$ em uma bolsa ou querer conversar com ele sobre as coisas de casa. Será que ela não percebe? Ele ouviu clientes reclamando na cabeça dele o dia inteiro! Os filhos gritam por atenção a cada nota alta na escola, cada castelo de areia construído, cada quebra-cabeça montado, cada fase de vídeo-game que se vence. Sem serem notados, eles escolhem o caminho da rebeldia, que chama muito mais atenção!


Assim também é nos empregos. Será que o chefe não reconhece que você merece um aumento? Será que ele não enxerga que você fica até depois do horário? Na escola as crianças fazem brincadeiras orgulhosas, onde umas denigrem as outras. Tudo para que fique claro quem manda no “pedaço”. E assim a vida segue, mostrando que toda comida caprichada é para ser apreciada; todo desenho bem feito é para ser visto; todo texto bem escrito é para ser lido. Até eu quero que o meu blog seja visto! Talvez não por razões egocêntricas, mas razões cristãs. Mas ainda assim o exibicionismo é pleno. Todo ser vivo se exibe por motivos diversos. Até os animais se exibem para proteger os seus, colocando medo, ou para acasalar. Vemos então que o que se deve analisar é a motivação, a razão pela qual se exibe, pois Cristo disse que a luz não pode ficar debaixo do alqueire.


Como ir por todo mundo, pregando à toda criatura, e fazer a minha luz brilhar diante dos homens sem que isso se torne pecaminoso, mau-visto, aos olhos de Deus? A resposta está neste versículo: “Não saiba a tua esquerda o que faz a tua direita”. Jesus inicia esta parte do sermão dizendo que não devemos fazer as coisas para sermos vistos, com o simples propósito de ser aplaudido, ovacionado. Esta prática é condenada, mas há outra prática a ser inserida no lugar: Não saiba a esquerda o que faz a direita. Isso é muito mais do que apenas não revelar aos outros o bem que fazemos. Não é uma hipérbole de Cristo, para mostrar o nível em que temos que esconder os atos de justiça. Aliás, Ele não quer que os atos de justiça sejam escondidos.


O que Jesus está dizendo é que o próprio ser que pratica o bem não SABE o bem que faz. As duas mãos são de uma pessoa só. Só assim obedeceremos a Cristo sem farisaísmo. O que mais me impressiona na parábola do Bom Samaritano é que ele não tinha obrigação de fazer o bem, mas fez. Ele não tinha nem noção do bem que fazia. É aquela bondade que brota do coração que pensa “qualquer um faria isso, mas já que eu cheguei primeiro... Vamos lá”. Este é o único caminho para a bondade que não gera orgulho. A justiça que não gera orgulho é a que nasce do coração que não sabe o bem que faz.


É a justiça que fala das coisas do Alto em uma conversa, sem saber que as palavras simples que saem da sua boca se esparramam no coração de quem ouve como um rio de água viva. É a bondade que diz “A Paz do Senhor”, algo que ela faz sempre e por isso não tem nada de espetacular, com tanta ternura que enche a alma de quem a recebe de forma inexplicável. É aquela pessoa que sente vontade de dar um abraço na mãe ao acordar e fica muito agradecido por ter essa liberdade, sem saber o bem que fez à mãe, que tinha acabado de ser rejeitada com palavras pelo esposo. Esta é a obediência cega, burra e ignorante às ordens de Cristo, que só vai saber, conhecer e aprender no dia da segunda vinda, onde perguntará incessantemente: Quando Te dei de beber? Quando Te vesti e Te alimentei? Quando Você esteve preso e eu fui te visitar? E cristo dirá: Toda vez que fizeste a um destes pequeninos, fizeste a mim! Entra no teu descanso.

Vinícius Santos Albuquerque

sábado, 20 de novembro de 2010

Oh Profundidade das Riquezas!


“O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!”

Romanos 11.33


Há alguns dias me perguntei por que Jesus não fez nenhum aconselhamento conjugal. Aliás, isso é muito raro no novo testamento. O que os apóstolos fazem é estender a lei do amor para dentro de casa, mas não se dão exemplos práticos. Mas com Jesus o caso é evidente demais. Ele não toca no assunto. Não diz como uma família deve se comportar. Ele trata sempre do indivíduo e sua noção de coletividade, de sociedade, de comunhão; sua noção de “até onde eu incomodo os outros”. A área de mudança sempre era o coração, o interior, a alma, e a necessidade de mudança era sempre o exterior, sendo este exterior um ser humano ou Deus. Então o ensino de Jesus se resume a “Mude dentro de você para o bem de quem não é você, para o bem das pessoas ao seu redor e para o bem do seu relacionamento com Deus”.


Tudo isso me fez gerar uma pergunta: Por quê? Por que hoje temos tantas zonas para mudar e Jesus só nos deu uma? Por que gastamos tanto tempo pregando sobre os atos pecaminosos quando Cristo pregou sobresentimentos pecaminosos? Por quê? A resposta está neste versículo. Oh profundidade das riquezas!


Os capítulos nove, dez e onze do livro de Romanos falam de forma bem explícita sobre a eleição e a predestinação. Fala daqueles que foram escolhidos por Deus para a salvação antes da fundação do mundo e da soberania de Deus ao preordenar cada ato, inclusive os pecaminosos, para o bem dos que serão salvos. Paulo vai construindo um raciocínio muito difícil de ser acompanhado, e mais difícil ainda de ser aceito. Vai completamente contra a lógica humana. Paulo percebe o fim do seu raciocínio e vê que não consegue ir mais longe, então exclama “Oh profundidade das riquezas!!!”


Paulo estava declarando que a profundidade a ser alcançada para se ter o entendimento da soberania de Deus era profunda demais para ele. Ele estava dizendo que Deus faz tudo o que faz porque sabe o que está fazendo, mas esta razão é profunda e distante demais para compreendermos. Paulo estava dizendo que o entendimento de Deus sobre a relação de causa e efeito é infinitamente superior. Não se pode medir. Ele sabe que o que será produzido nos cristãos quando estes são salvos desta forma será algo muito melhor do que se não fosse desta forma. Este é o mesmo motivo para Jesus pregar da forma que pregou.


Jesus, ao falar apenas do coração, matou a charada de séculos de existência humana: Como não pecar? Esta pergunta foi respondida com exemplos: “Não odeie, assim você não irá matar. Não cobice, assim você não irá adulterar”. Jesus estava dizendo que as coisas não começam onde achávamos que começavam. Elas começam no interior do coração. Nas profundezas. Ao enxergar este ensino profundo, eu digo: Oh profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Ele nos revelou em Cristo a raiz do problema.


Preste atenção: A sua guerra não é contra o adultério, contra a mentira, contra o trabalho excessivo ou contra o homicídio. A sua guerra é contra a cobiça, o desejo de se esconder, gerado no pecado de Adão, contra a ganância e contra o ódio. Está tudo no seu coração. O Evangelho é a constatação de que o meu maior problema está dentro de mim e a única solução está fora de mim. Só após essa compreensão podemos alcançar a regeneração. A regeneração e a resposta à oração de Agostinho, que disse: “Concede-me o que ordenas, ordena-me o que queres”. Na regeneração somos capacitados por Deus para viver em santidade, e esta vem do amor. Eu poderia dizer que regeneração é a restauração da capacidade de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.


Vinícius Santos Albuquerque

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Graça - a cura da alma




“Entrando Jesus num barco, passou para o outro lado e foi para a sua própria cidade. E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados. Mas alguns escribas diziam consigo: Este blasfema. Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Por que cogitais o mal no vosso coração? Pois que é mais fácil? Dizer: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados – disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. E, levantando-se, partiu para sua casa. Vendo isto, as multidões, maravilhados, glorificaram a Deus, que dera tal autoridade (gr. exousia) aos homens.Mateus 9: 1-8

Sem qualquer ritual, sem qualquer mandinga, sem meditação reforçada, sem reencarnação, sem sacrifícios de homens, só pelo sacrifício de um, do próprio Deus. Essa é a justiça da graça. No que concerne ao homem está apenas o ato de recebê-la, de mãos vazias e alma cheia, sem oferecer nada em troca, sem carregar na alma a angústia e o peso da autojustificação, sem a agonia da luta contra a Lei, apenas o alívio gracioso que vêm dos céus e que se estabelece no coração do indivíduo tornando-o um “ser”. Quem entende, sabe que curar um paralítico não se compara a isso, quem entende que a alma carece de graça não julga ser mais difícil dizer ao paralítico que se “levante e ande” do que “seus pecados estão perdoados”. Aqueles, porém, que pensam de si além do que convém, que julgam-se capazes de pagar com seu próprio esforço os seus pecados, que pensam que seus rituais são suficientes para dizerem que os pecados se foram, esses sempre julgaram serem maiores os milagres do que o perdão gracioso, e isso porque desconhecem tal perdão pois para eles perdão é sempre fruto de seus sacrifícios, de seus esforços.

Esses são os que não aceitam os publicanos e pecadores na mesa com Jesus, são os que exigem que seja levado o animal a ser sacrificado no templo, são os que pensam que a menos que suas mãos tenham derramado o sangue da oferta pelos pecados do outro ele não está perdoado, que a menos que possam dizer: “pela minha oração, você está perdoado”, o perdão não aconteceu. Esses julgam ser grande coisa um paralítico andar, isso porque para eles é impossível fazer que isso aconteça, mas acham que um pecador ser perdoado de seus pecados é simples, afinal, basta que ele siga a cartilha deles e alcançará seu perdão.

Jesus mostrou que o perdão é maior que a cura, isso porque nenhuma dor física se compara à dor que dói na alma. Se a alma está sarada, perdoada, livre de culpa e angústia, então o corpo, ainda que debilitado ou deficiente, estará bem, porém se o contrário ocorre então tudo estará mal, pois de nada adianta ter pernas que andam e uma alma ancorada na angústia; de nada adianta ter braços sadios se eles servirão de instrumentos para que se mate alguém; de nada adianta poder falar se da boca somente fluir torpeza, ofensa, fofoca e calúnia; de nada adianta ter olhos que vêem se não são capazes de contemplar a beleza do mundo; pois braços que batem, ainda que perfeitos, são deficientes; línguas que urdem enganos, ainda que pronunciando tagarelamente muitas palavras, não emitem som algum; olhos que só contemplam a desgraça e a destruição, ainda que não necessitem de óculos, não vêem.

A ofensa feita ao Pai foi perdoada no Filho, o que saiu de Sua boca aos enfermos da humanidade foi simplesmente: “Os seus pecados estão perdoados”. E aos que recebem tal perdão Ele diz que o “que ligarem na terra, será ligado nos céus”, e também que “se de alguns perdoarem os pecados, ser-lhe-ão perdoados, se lhos retiverem, serão retidos”. Assim como o Filho perdoou a ofensa, tendo sido enviado pelo Pai, Ele também enviou seus irmãos, como procuradores dos interesses de Deus (gr. exousia), a fim de que perdoassem a ofensa dos homens a Deus (seus pecados) como se tivessem sido feitas à eles mesmos.

É-nos dado então o poder de reter ou libertar a qualquer que caminhe pela terra, é-nos dado o poder de perdoar qualquer assassino, prostituta, ladrão, viciado, pedófilo, e qualquer outro pecador de alma angustiada, que caminha por essa terra como errante, sem rumo e sofrendo o peso de sua própria existência; sim, é-nos dado poder de perdoar a esses “Cains”, mentirosos, invejosos e homicidas. O poder de perdoar qualquer ofensa feita a Deus, de perdoar qualquer ofensa feita a qualquer outro desses indivíduos criados à Sua imagem e semelhança, é-nos dado esse poder, o poder de libertar almas cativas, oprimidas, angustiadas, que caminham carregando fardos pesados que as cansam, o poder de levar alívio para esses, de dar-lhes descanso, esse é o poder que maravilha a qualquer um que o compreende, a autoridade de perdoar os pecados.

Esse é o perdão sem sacerdotes, pois a pedra que serve de base para esse perdão é justamente a afirmação de que em Cristo estão todos perdoados, por isso é concedido sem padre, pastor, bispo, diácono, rabino, sem benção de espíritos que já partiram dessa para outra, sem tomar “passe” de pai-de-santo, é simplesmente sob o sacerdócio de um, do Cristo. Está consumado na cruz, e não necessita de acréscimo, assim resta-nos apenas a satisfação e a honra de propagarmos essa mensagem, de ver gente respirando aliviada com esse perdão, de ver a alegria surgindo no rosto antes entristecido, de ver abraços reconciliatórios ardentes e totalmente desprendidos de mágoa, e agradecidos glorificarmos a Deus pelo ministério que nos concedeu, o ministério da reconciliação, dos homens com Ele, e também dos homens com outros homens e dos homens consigo mesmos, pois é isso que acontece quando o homem se encontra em paz com Deus.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O declínio do Cristianismo - John MacArthur




A Paz amados,

Que vocês tenham uma ótima semana e que a graça e as misericórdias de Cristo estejam sobre todos nós, e que as consolações do Santo Espírito nos faça repousar e descansar em uma paz que excede a todo pensamento humano. Que possamos meditar, verdadeiramente, neste vídeo....E olhar para dentro de nós, para que o Espírito Santo de Deus, nos revele e nos leve a perceber aquilo que temos vivido ou crido ser o evangelho de Cristo...

Que nós possamos fazer diferença e retornar ao "verdadeiro cristianismo"


Ministério VQT