segunda-feira, 30 de maio de 2011

Caminhe, viva e exista dando [a sua] razão à Ele


No caótico mundo em que vivemos apenas não sucumbimos em ódio e ingratidão amargurada se encarnarmos a Graça divina, se nos tornarmos o resultado da mesma, passando assim a olhar para a vida com gratidão ao Deus que é Bom.

O sentimento de Deus-aqui-não-está que persegue, entre idas e vindas, o coração humano, atacando a fé simples de quem simplesmente caminha dando razão a Deus, nos conduz sempre às sistematizações humanas, sejam as moralistas, as sacro-ritualísticas e até mesmo às místicas. Isso porque na pseudo-ausência de Deus, tendemos a criar outros deuses para nossa satisfação pessoal, assim, confortamo-nos com ideologias, corbãs (ofertas para Deus), e mistificações acerca do des-conhecido mundo espiritual.

Paulo afirmou que simples é encontrar o Deus que É, pois nEle nos "movemos, existimos e vivemos", de modo que nada se move, existe ou vive senão nEle, portanto não é Ele quem dista de nós, mas nós é quem não O vemos.

E porque então não O vemos?

Paradoxalmente, os atenienses não O viam porque queriam cultuar o que viam, e também o que temiam, sim, pois haviam deuses para cada coisa criada nessa terra, e não somente isso, mas por medo, até mesmo criaram um altar para o "Deus desconhecido". De fato, cultuando o que viam não viam O que deviam cultuar, e por medo do Desconhecido desconheciam O que todas as manhãs se lhes fazia conhecido.

Louvado seja tal temor, deve mesmo exisitir pois Ele haverá de nos julgar, no entanto, a menos que se compreenda que O que devia ser sacrificado em Seu altar já fora sacrificado, para que todos que aceitem tal sacrifício por si, por meio dEle, "movam-se, existam e vivam", se moverão dificultosamente, existirão por sistematizações e viverão com medo do Desconhecido.

Assim mesmo é com quem se esquece do que foi feito, o caminho fica difícil (cheio de inveja, ódio e malícia), os sistemas humanos se tornam atraentes, enclausurando-o como um peixe num aquário, e o pavor o des-conecta do Divino Pai.

A meu ver, a relação de amor e ódio que se tem com a vida, depende totalmente da relação que se tem com o Autor da Vida, se a Ele chamamos Pai, cientes de que Ele é Amor, amor então se tem para dar, o contrário disso opera em nós ódio e murmuração.

Diante disso, devemos ser restaurados diariamente pelo Sacrifício que fora posto no altar por nós, de modo que passemos assim a nos mover, existir e viver por tal Sacrifício. De fato, a menos que isso entendamos, por mais que caminhemos não iremos chegar a lugar algum; por mais que busquemos ser, não existiremos e por mais que tentemos viver, estaremos mortos.

Com isso ratifico que o caminhar no Caminho é simples, não há shows pirotécnicos, anjos visitando [visivelmente] nosso quarto, não há sarças ardendo todas as manhãs, nem arrebatamentos diários, há apenas a consciência que se entrega todos os dias ao Pai dizendo: Tu tens razão. Não como conforto filosófico, mas como certeza que impregna a alma de tal forma que esta caminhe, viva e exista dando [a sua] razão à Ele.

Ele tinha razão em fazer queimar a sarça, em fazer morrer o filho de Davi, em chamar a Abraão, em crucificar a Cristo e em não manifestar-se a ti hoje senão, apenas, através do sol que pela manhã brilha.

Tendes fé. Para tanto, basta olhar para Ele. Ore e jejue.

Por mais um dos que caminham, vivem e existem simplesmente crendo nEle.

terça-feira, 17 de maio de 2011

As Coisas Pequenas - Charles Spurgeon

C.H. Spurgeon (1834-1892) era pregador, autor e editor britânico. Foi pastor do Tabernáculo Batista Metropolitano, em Londres, desde 1861 até a data de sua morte. Fundou um seminário, um orfanato e editou uma revista mensal chamada “Sword na Trowel”. Conhecido como “Príncipe dos Pregadores”, Spurgeon escreveu muitos livros e artigos, particularmente na área devocional. Deixou um legado de vida piedosa, marcada por um profundo amor ao Senhor Jesus Cristo e por dedicados esforços ara alcançar almas perdidas.


Somos incapazes de realizar o mais humilde ato da vida cristã, se não recebemos de Deus o vigor do Espírito Santo. Com certeza, meus irmãos, é nestas COISAS PEQUENAS que geralmente percebemos, acima de tudo, a nossa fraqueza. Pedro foi capaz de andar sobre a água, mas não pôde suportar a acusação de uma criada. Jó suportou a perda de todas as coisas, porém as palavras censuradoras de seus falsos amigos (embora fossem apenas palavras) fizeram-no falar mais amargamente do que todas as outras aflições juntas. Jonas disse que tinha razão em ficar irado, até à morte, A RESPEITO DE UMA PLANTA.

Você não tem ouvido, com certa freqüência, que homens poderosos, sobreviventes de muitas batalhas, foram mortos por um acidente trivial? John Newton disse: “A graça de Deus é tão necessária para criar no crente a atitude correta diante da quebra de uma louça valiosa como diante da morte de um parente querido”. Estes pequenos vazamentos precisam dos mais cuidadosos tampões. Nas coisas pequenas, bem como nas coisas grandes, o justo tem de viver pela fé!

Crente, você não é suficiente para nada! Sem a graça de Deus, não pode fazer coisa alguma. Nossa força é fraqueza — fraqueza até para as coisas pequenas; fraqueza para as situações fáceis, bem como para as complexas; fraqueza nas gotas de tristeza, como também nos oceanos de aflição. Aprenda bem o que nosso Senhor disse aos seus discípulos: “Sem mim nada podeis fazer” (João 15.5).

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Nos braços do Pai

Enquanto a conseqüência de meus erros me consome, meu desejo por retornar para a casa de meu Pai aumenta.

Lá até os trabalhadores se alimentam melhor que eu.

Mas a dúvida me domina a mente.

Será que serei aceito? Será que Ele me receberá?

Eu até mesmo me misturaria a seus trabalhadores para desfrutar do mesmo alimento que eles.

Levanto-me com este objetivo e para tal função espero ser aceito.

Já posso ver a casa de meu Pai. Sinto um vento frio invadir meu interior. Minhas mãos suam.

Estou a ponto de desistir de minha caminhada.

Logo penso em quão pretensioso sou pelo fato de achar que Ele me aceitará, ainda que seja como um servo Seu.

Será que assim eu poderia quitar minha dívida? Apagaria minha culpa? Se eu O servir acertarei tudo?

De longe O vejo, Seu olhar compassivo revela Sua longa espera.

Tal expressão me enche de esperança.

Ele segura suas vestes com as mãos e corre em minha direção.

Ele vem, com o coração transbordando em amor, de tal maneira que meus medos e dúvidas são lançados para longe de mim.

Minha alma passa a tranqüilizar-se, mas a vergonha faz-me querer fugir.

Mais rápido que eu pudesse decidir pela fuga, encontro-me enlaçado em Seus braços amorosos.

Tento desculpar-me, mas Ele parece não ouvir minhas palavras, antes, virasse para Seus servos e lhes dá ordens.

Então digo:

“Como quitarei minha dívida? Não pode ser assim. Estou disposto a pagar o que retirei de Ti.”

Eles me servem.

Vestiram-me com roupas novas, puseram em meu dedo um anel e me calçaram os pés.

Ninguém ouve minhas desculpas.

Ninguém pode acusar-me.

Sou por todos reconhecido como Seu Filho.

O novilho cevado dá abertura à alegria que invade os corações de todos.

“Aquele que estava morto, reviveu”.

É o que dizem.

Em meu coração me regozijo por ter experimentado tão grande amor.

Amor capaz de trazer-me de volta à VIDA.

Por Gustavo Marchetti, mais um dos que se encontram enlaçados nos braços do Pai.

Qual é o Propósito da Lei?

“Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida. Disto alguns se desviam, se entregando a vãs contendas; Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam. Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente; Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina, conforme o evangelho da glória de Deus bem-aventurado, que me foi confiado.”

Resposta: Paulo

Referência: I Timóteo 1.5-11

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ardente anseio da criação


Cada choro,

cada dor,

cada angústia,

cada lamento pela destruição,

cada gemido angustiante da criação,

anseia ser suprido pela manifestação dos filhos de Deus.

Que não consideram qualquer sofrimento grande demais,

para manifestar-se em socorro a esses gemidos.

Todo jovem faminto anseia receber alimento das mãos daqueles que dele se compadecem,

cada mãe que sofre a perda de um filho anseia receber o consolo daqueles muitos filhos que se põe no lugar do perdido por amor a ela,

cada pai que sofre pela autodestruição de seu filho anseia receber apoio daqueles que se compadecem de sua dor,

cada animal que é brutalmente atacado sem qualquer razão anseia ser protegido por aqueles que zelam pela criação,

assim como cada pequena árvore que está para ser cortada anseia pela proteção daqueles que ao invés de destruí-la, ajudam no seu crescimento.

Todo o caos na criação deriva da vaidade daqueles que a sujeitaram com seus vãos raciocínios, e agora, toda ela geme à espera daqueles que se converteram desse tempo de ignorância, e com uma mente transformada sofrem a oposição dos ignorantes a fim de libertá-la, pois consideram essa glória muito maior que qualquer sofrimento.


O mundo anseia por ti, revele-se...

Por mais um dos filhos de Deus.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O holocausto é para os sãos, para os doentes, a misericórdia


"Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento." (Mt. 9: 13)

Falta-nos entender o que significa "misericórdia quero e não holocaustos", pois ainda hoje os holocaustos são o que constroem os justos, os sãos, enquanto a misericórdia encontra os pecadores, os doentes.

Isto porque quem oferece holocausto já não necessita de misericórdia, pois já fora lavado pelo sangue que ele mesmo oferecera, já foi curado por seu próprio esforço, já tornou-se perfeito, limpo, são, justo.

Quem nada tem a oferecer, muito tem a receber, precisa ainda ser lavado pelo sangue oferecido gratuitamente por Outro, precisa ser curado pelo misericordioso esforço alheio, tem do que arrepender-se pois não é perfeito, nem são, nem justo, antes, é doente que necessita de remédio, é injusto que necessita do toque purificador do Justo.

Este é o que diz: "Senhor, se quiseres podes curar-me", pois longe dele está a arrogante prepotência dos que "determinam" confiando em seus holocaustos.

Hoje, é preciso deixar de "pagar o preço", como se Ele tivesse como ser comprado por algum valor humano, e reconhecer que misericórdia só exerce aquele que antes recebera a mesma gratuita misericórdia da parte dEle.

Ora, o pecador só é capaz de aceitar outro pecador se vir a si mesmo como realmente é. O que se arrepende e aceita misericórdia continua sabendo que é miserável, mas o que se arrepende e julga ter alguma importância em si mesmo por isso, diz que foi e já não mais o é.

É o que não acrescenta o "mas eu fiz minha parte" à graça divina, que entende o que significa misericórdia, em contrapartida, o que diz que fez algo que o livrou de sua miséria (ainda que seja simplesmente crer) viverá sempre de seus holocaustos.

Por mais um miserável, que nEle encontra misericórdia diariamente.