quinta-feira, 10 de março de 2011

Se Ele disse “Pai, perdoa-lhes”, o que eu posso dizer?

“E Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.” (Lucas 23: 34)

O que fazer com a revolta que consome meu interior? Como não ser levado pelo mar de justiça própria que vem para saciar minha sede por vingança imediata? Como não se revoltar com as inúmeras falhas apresentadas pelos homens que, à frente de muitos, proclamam inverdades dissimuladas fantasiadas de verdades absolutas?

Diante disso, o desejo que fica é o de sair por aí arrancando o joio e lançando no fogo, mas se nem o Mestre veio para julgar, quem sou eu para fazê-lo? Por vezes me percebo inundado por desejos como os daqueles que diziam para que Jesus descesse da cruz, dos que esperavam que Ele destruísse os romanos, que esperavam que Sua vinda encontra-se significado na libertação do povo de Israel das mãos do grande império, ao que digo a Jesus, em meu íntimo: “Faz agora, mostra que és Deus”.

Esqueço-me que se Ele está na cruz, é para lá que devo ir também, se Ele suportou a dor ao invés de provocar a batalha, é essa mesma paz que devo procurar ter com todos, pois se Ele está em mim, então devo andar como Ele andou, e se ando como Ele andou, não julgo, mas meu caminhar torna-se amoroso e meu desejo passa a ser o de salvar e não condenar.

“Eles não sabem o que fazem”. Se para Aquele que tudo sabe, o fato de conhecer os erros deles não foi considerado para que fossem por Ele condenados, quanto mais eu, que nada sei, virei, por pensar saber mais que os outros, a enredá-los em meus juízos.

Onde opera o juízo, não opera a misericórdia. A tolice de viver o sonho de ver a mudança dos caminhos daqueles que se perdem, deve ir até o último suspiro, até o estado mais profundo da dor produzida pela angústia que se tem diante do que se vê.

É diante do perdão que inundou meu ser que pude abrir mão do dualismo religioso no qual minha consciência permanecia encarcerada, julgando assim como sendo do demônio o que eu não atribuo a Deus.

Mas o que há que possa não ser atribuído a Deus? O diabo não foge a Seu alcance. Não há acontecimento que O surpreenda. Não há escolha humana que O impressione. E se o mundo, o homem, o diabo e tudo o mais são de Deus, então não há dualismo, porque não há duas forças agindo, somente uma, pois a Vontade é uma só. E se assim é, porque é então que quero me opor a essa Vontade? Devo sempre descansar em saber que Deus não perdeu o controle dos púlpitos de hoje em dia, antes de tomar qualquer atitude. E se o coração maligno dos irmãos do patriarca José operaram a Vontade de Deus, assim como Satanás na vida de Jó, então essa mesma Vontade também será operada através de “Silas e Caios”, “Benny’s Hinn e Jonh’s Piper”, igrejas emergentes e congregações emplacadas.

Diante disso, agora, posso dizer aos líderes religiosos que se tem perdido em seus caminhos, eu lhes perdôo setenta vezes sete vezes HOJE, ainda que me opondo a suas idéias, oro por vocês que, nesse quesito, são meus inimigos, pois vendem o Evangelho ao invés de dá-Lo gratuitamente, e os ouço, na TOLA ESPERANÇA – no que diz respeito a meus juízos carnais - de que, por misericórdia, o Pai me fale por meio de vós, pois a atitude revolucionária que se espera de mim é que eu seja como Ele, que ande como Ele, e confie na justiça que será feita por Ele, não por mim. Que eu não acresça nenhum sofrimento além do que qualquer homem mereça.

Por Gustavo Marchetti, discípulo dAquele que criou o maior movimento revolucionário da história: o amor.