sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A Lei a meu serviço


“Porque o Filho do Homem é Senhor até do sábado. (Mt. 12: 8)”

Os fariseus, com suas tradições orais tornaram o sábado o dia dos sacrifícios, no sábado eram feitas circuncisões e holocaustos, havia 39 tipos de leis somente sobre o sábado. O que os discípulos de Jesus fizeram ao colher espigas, não era contrário à Lei que foi entregue no monte Sinai, mas era contrário às leis farisaicas, contrário ao julgo pesado e religioso que fora imposto pelos fariseus. O que esses religiosos fizeram foi tornar a Lei que é santa, perfeita e pura, capaz de refrigerar a alma do homem, em algo pesado, em um fardo difícil de se carregar, enquanto isso o caminho que Jesus traça é o de satisfação e prazer nessa Lei, não o de obrigação e terror.

Quando vemos a Lei como forma de salvação, tornamo-nos escravos dela, sendo subjugados pela mesma. O estado do que se encontra nessa condição é de um terror constante, como se estivesse sob a mira do revólver de um seqüestrador, e apenas um passo em falso, ou uma palavra errada poderá significar para este a morte. O pavor da maldição impede esse indivíduo de cumprir a Lei.

Jesus disse que Ele é o Senhor até do sábado, Ele não está afirmando que o sábado é o seu senhor, mas Ele é quem o assenhoreia, pois o sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado (Mc. 2: 27). O que Jesus deixa claro aqui é que a Lei não deve escravizar o homem, mas deve servir-lhe, outorgando-lhe satisfação, refrigério, prazer. Os fariseus entendiam a salvação por intermédio da Lei e por isso tornaram-se escravos dela, viviam sob o jugo da escravidão, sob a opressão da Lei, sob a pena de punição se por acaso se desviassem para a direita ou para a esquerda. Tal estado de terror conduziu os fariseus a olharem para a maldição da Lei não para a benção. Quando se percebe a Lei desse modo, o que resta é o pânico, o medo de não conseguir; viver sob a Lei é viver angustiado, atemorizado, apreensivo, temendo o não cumprimento dela. A esse estado de terror os fariseus submetiam seus fiéis.

Jesus apresenta um caminho de paz em contraposição a essa obsessão farisaica pela condenação divina. Ele apresenta uma nova forma de ver a Lei, de subjugá-la, de tornar-se senhor dela, de fazer com que ela o sirva, a fim de que assim ela cumpra seu propósito que é trazer refrigério para a alma (Sl. 19: 7). A Lei é pura, perfeita, santa, agradável, porém o que os fariseus fizeram foi torná-la algo profano, desagradável e insatisfatório. Nós, pois, que cremos em Jesus, tornamo-nos livres disso, não estando mais sob o jugo da Lei, tornamo-nos livres na liberdade de Cristo, de modo que não temos mais o chicote da Lei espancando nossas costas, mas temos a Lei como o caminho agradável de satisfação e refrigério para a alma.

O que isso quer dizer? Isso quer dizer que quando um cristão olha para a Lei, não se desespera, antes se alegra, quando ouve que deve perdoar setenta vezes sete vezes, não pratica isso resmungando e lamentando como se fosse um fardo pesado, não se pergunta se terá que perdoar quando o irmão errar com ele setenta vezes sete vezes mais UMA. O religioso pratica a Lei olhando para o “não”, para a maldição, para o que é proibido, mas o cristão, o que é circuncidado em seu interior, pratica a Lei olhando para o “sim”, para o que pode, para o que deve ser feito. O religioso teme o que não pode, o discípulo de Cristo se agrada no que pode. O religioso sente-se livre do casamento se o outro o trair, pois isso é lícito diante da lei de Moisés, mas o que anda nos passos de Jesus sente prazer em perdoar e tornar livre a alma do que o traiu. O religioso dá o dízimo e pronto, mas o que ama dá acima do que lhe é imposto, não há para ele porcentagem pré-determinada, mas há liberalidade desprendida de valores. O religioso não faz nada no sábado, mas o cristão faz o bem em qualquer dia. O religioso vive fugindo dos ídolos, mas o que em Cristo nasceu de novo só olha para Aquele que deve ser adorado. O religioso luta para não olhar com desejo para outras mulheres, mas o que caminha no espírito valoriza aquela que tem em casa e a ela deseja.

De fato, é quando se entende o prazer que a Lei proporciona, que o homem a absorve para si e a pratica. Eva podia provar de qualquer fruta no Éden menos a do conhecimento do bem e do mal. Ela tinha medo de morrer, mas ouvindo a serpente, pensou que isso não iria acontecer, e por isso comeu o fruto proibido. O que conduz o homem ao pecado é olhar para o que NÃO pode, é buscar o limite de ação, até onde se pode ir sem ser punido, a tendência humana é ir além desse ponto, por isso, nós que somos livres da Lei, antes que a temos como nossa serva, outorgando-nos prazer, refrigério e descanso, caminhamos sem olhar para o que não pode ser feito, mas para aquilo que deve ser feito. Desse modo, enquanto os escravos da Lei vigiam para não tocar na árvore proibida, nós, livres pela Graça, desfrutamos de todas as outras árvores que nos são lícitas, enquanto os da Lei discutem com satanás, nós chupamos manga em outro canto do Éden.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A multiforme manifestação do legalismo


Um pulsar desenfreado da natureza humana que conduz todo homem a transformar a mais pura e boa obra no mais pervertido e distorcido ato, isso é o legalismo.

Não há coerência entre a atitude e a intenção, entre o que se faz externamente e o que é internamente, entre o que se pensa e sente e o que apresenta aos outros. O legalismo é o cumprimento aparente daquilo que se nega interiormente, é balançar a cabeça afirmando que sim, e dizer no coração que não, é limpar o exterior do copo e deixar o interior sujo (Mt. 23: 25), é parecer justo e por dentro ser cheio de hipocrisia e iniqüidade (Mt. 23: 28), é enganar-se a si mesmo e fingir que não está sabendo de nada.

E a conseqüência disso é exatamente o que se pode esperar: uma busca constante por ser visto fazendo aquilo que não quer fazer, pois no fundo o legalista sabe suas intenções, ainda que as ignore, mas externamente não quer permitir que ninguém mais saiba, antes quer destes receber todo aplauso e elogio possível, a fim de que seja por eles convencido de que na verdade não é tão mal assim (Mt. 23: 5). Isso quer dizer que um legalista não se admite como é, e por isso busca na Lei sua justificação.

E não somente isso, mas ao preencher o ego com todos aqueles aplausos que eles mesmos sabem não ter merecido, mas que de tanto recebê-los acabaram por se tornarem altamente soberbos, conseguindo inclusive enganar-se, e estando nesse novo posto, de ser admirável, se percebem no dever de instruir todos os outros pobres pecadores a caminharem por seus caminhos. Por isso amam serem ouvidos, amam ter a razão de todas as coisas, amam ter a Lei em seus lábios, amam o que tem a dizer ao mundo, amam sua importância na vida daqueles que se perdem (Mt. 23: 6-7), e assim passam de miseráveis hipócritas, que buscavam com todas as suas forças ignorar sua própria miséria, a arrogantes prepotentes que tem por missão ganhar todo o mundo com sua hipócrita verdade.

Todavia como tudo aquilo que falam não cumprem, atam fardos aos outros que eles mesmos não tocam (Mt. 23: 4), machucam e escravizam os outros exigindo que carreguem mais do que podem carregar, pois não sentem o peso sobre seus próprios ombros. As palavras lhes saem da boca com leveza e facilidade, mas caem sobre os ombros dos outros com peso, dificultando-lhes a caminhada. Desconhecem o efeito de suas palavras e regras sobre os outros porque eles mesmos não as cumprem, pois já se acostumaram a falar e não agir.

Assim também preservam sua imagem, visto que onde se encontram nenhum de seus guiados poderão chegar, se mantendo sempre por cima, sempre se exaltando, e em se exaltando pisam naqueles a quem põe abaixo de si, e assim também cumprem hipocritamente sua missão de salvação do mundo.

Minha oração é para que o Senhor não permita que busquemos fugir de nós mesmos na Lei, antes que seja a Graça dEle o nosso refúgio, que sendo alcançados por tal Graça seja de todo modo excluída em nós a jactância e assim não venhamos a maltratar outros que buscam caminhar o Caminho que nos foi proposto. Seja Ele nosso Justificador para que dEle seja toda a glória eternamente, amém.

Por Gustavo Marchetti, mais um dos que buscam refugiar-se Nele, a fim de se libertar de sua própria hipocrisia.


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A verdadeira salvação através de Jesus Cristo! John MacArthur



Meditem neste vídeo, muito bom!


Que a Graça e Paz do nosso Senhor Jesus nos alcance e estejam sobre todos voces!

Uma ótima semana a todos!



MINISTÉRIO VQT!