sábado, 19 de fevereiro de 2011

Amar é viver e viver é amar

Falar do amor de Deus não é nada fácil. Não é fácil explicar como alguém pode enviar um único filho pra morrer por pessoas que ao menos reconhecem esse ato. Pelo contrario, pessoas que se acham dignas de receber tal amor e ainda querem mais. Como explicar um amor que é tão simples e complexo ao mesmo tempo? Um amor que é tão puro?

Fomos ao Vale do Jequitinhonha com a intenção de falar do amor de Cristo. Esse amor que nos sustenta nos perdoa e nos salva. Mas aprendemos sobre um amor que nos une, nos alegra, que nos mostra quão indignos somos, mas que mesmo assim não nos deixa.

Aprendemos que não é necessário ter roupas bonitas, casas perfeitas, alimentos sofisticados para saber que Deus nos ama. Ele nos permite respirar, e isso já é uma demonstração do Seu amor.

Mas, será que ao menos somos gratos por isso? Gratos de verdade? Será que paramos para pensar em tudo que Deus nos deu e nos dá? Será que já agradecemos por isso? Ou será que só nos queixamos por não ser do jeito que queremos?

Percebemos que o amor de Cristo é muito mais do que falar do “amor de Cristo”. É viver. Lá no Vale nós não ouvíamos desse amor, nós víamos o amor em cada pessoa que conhecemos. Com a dona Maria Enilza aprendi que o amor de Cristo se faz num abraço, num sorriso. Com o Seu Manuelito, que o amor de Cristo se faz todo dia, quando reconhecemos que tudo que temos foi ele que nos deu. E não queremos mais não, o que Ele nos dá é simplesmente perfeito pra nós, porque é fruto do Seu amor. Com a Dona Armezina, aprendi que o amor de Cristo se faz numa conversa, no simples fato de sentar e escutar o que a outra pessoa precisa falar. Com o Manuel, aprendi como um amor puro perdoa sem ao menos querer algo em troca. Com a Júlia aprendi que o Amor de Cristo independe da religião.

Ele amou a todos, e isso basta. Cristo nos amou, nos perdoou, nos deu salvação, e o que damos a Ele? Estamos ligados a uma igreja, a um corpo; damos o dizimo; nos momentos certos cumprimentamos o irmão do lado, dizemos “Deus te abençoe” com um sorriso no rosto; não faltamos um culto sequer. E é isso. Por isso tudo somos dignos do amor de Cristo. Sinto muito, mas nada disso significa amar. O dízimo dado é realmente de gratidão a Deus pelo sustento financeiro que ele nos garante, ou é por uma obrigação religiosa? Ou até por pensar que é uma troca, eu dou 10% e assim garanto o mês que vem?

Ao cumprimentar o irmão do lado, pedimos a Deus que o abençoe de coração ou da boca pra fora? Abraçamos como manifestação do amor ou como uma figuração? Estamos vindo para a igreja por obrigação, por cumprimento de regras e aparências, ou temos dentro de nós uma vontade insaciável de estar perto de nossos irmãos e de ouvir a palavra de Deus?

Amar é bem mais que isso.

Temos que abrir nossos olhos para as pequenas demonstrações de amor que Deus nos dá e responder a esse amor. Por exemplo, há quanto tempo, em sua orações, você lembrou do irmão que senta atrás de você na igreja? Quanto tempo? 20 minutos? Três dias? Um mês? Nunca orou?

Quando amamos alguém temos o desejo de estar perto o tempo todo, e nos momentos em que não estamos, sentimos falta, e quando lembramos de algum momento juntos, nosso coração se enche de gratidão por Deus ter nos permitido conhecer tal pessoa. Por acaso é esse sentimento que você tem pelo irmão que está lá do outro lado da igreja?

Aprendi com um povo simples, um povo que não tem nada, mas que sabe o que é amar, que o que Deus realmente quer é que amemos uns aos outros. É dar um abraço firme, sincero, que não tem pressa de largar. É agradecer pelo que tem e dividir o que tem com quem não tem nada. Se você tem um pão e a pessoa do lado não tem nada, não é tão simples repartir esse pão e saciar um pouco da fome dos dois?

Fazendo isso você ama porque você se negou uma satisfação total pela outra pessoa. E quem recebe, recebe meio pão com amor, sem reclamações por ser pouco, mas pelo contrario se alegra nesse amor. Amar ao próximo é sentar e ouvir, sentar e conversar, é simplesmente sentar do lado da pessoa como forma de falar: “estou aqui, se precisar conte comigo!”. É respeitar as escolhas da pessoa. Não importa se ela é da mesma igreja, se é da mesma cidade, se concorda com você, se veste como você, se utiliza a mesma forma de falar, se os pensamentos são os mesmos, nada disso importa. Respeite pelo amor que você tem. E se em tudo isso ele difere de você, não tente mudá-lo, apenas o ame, o amor é capaz de transformar tudo. E talvez quem precise ser mudado não é ele e sim você.

Hoje tudo que tenho para falar sobre o Amor de Cristo é que ele me alcançou. Ele não olhou meus erros, minhas fraquezas, nada. Apenas me amou. E eu como forma de responder a Ele, entendo que tenho que amar os meus irmãos, da mesma forma que Cristo, sem olhar os defeitos, as falhas, apenas amar. Por que assim estará sendo cumprido o ide, de pregar o Evangelho, pregar o que Deus demonstrou a todos entregando o Seu Filho por amor a nós.

Por Karolina Sarmento

Não temais pequenino rebanho




“Não temais, ó pequenino rebanho, porque o Pai se agradou em dar-vos o Seu Reino.(Lucas 12: 32)”

Busquem o Reino e não temam não encontrá-lo,
pois o Pai se agradou em o dar a vocês, ó pequenino rebanho...
que confia que as demais coisas lhe serão acrescentadas...
que, tendo essa consciência, vende seus bens e dá esmolas,
pois considera a vida mais que o alimento e o corpo mais que as vestes,
e assim não guarda o que tem em bolsas que podem ser roubadas,
mas repartindo o que tem, enche sua bolsa incorruptível de tesouros
que jamais enferrujarão.

Desprenda-te, ó pequenino rebanho, das amarras de Mamom,
ponha teu coração no Reino e livre-se dele.
Pois não poderás estar dividido entre os dois,
ou entrarás na loucura de perseguir o lucro com sua ansiedade,
ou entenderá que nada há do que tenha que não possa ser chamado de nosso.
E se é nosso, é de todos,
e se é de todos já não é mais meu,
e o que não é meu já não pode de mim ser retirado,
e se assim for, para aonde irá minha ansiedade?

Ó pequenino rebanho,
o Pai lhes concederá o que necessitais,
não por vossa fé, que é pouca,
mas por Seu amor que é grande por vós,
e que O faz considerá-los mais que os lírios e os pássaros.
Por isso tendes fé, ao menos para que entrem no descanso de Sua provisão,
onde não há ansiedade nem inquietação,
onde podeis dar o que tens sem se preocupar com o dia de amanhã.

Por Gustavo Marchetti, mais um do pequenino, incrédulo e amado rebanho de Deus.