terça-feira, 28 de setembro de 2010

Quatro ou Oito?

“E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada, Chegando por detrás dele, tocou na orla do seu vestido, e logo estancou o fluxo do seu sangue. E disse Jesus: Quem é que me tocou? E, negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta e te oprime, e dizes: Quem é que me tocou? E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude. Então, vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se tremendo e, prostrando-se ante ele, declarou-lhe diante de todo o povo a causa por que lhe havia tocado, e como logo sarara. E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.” (Lucas 8.43-48)

Me lembro do início do filme “Patch Adams”, no momento em que ele se encontra em um manicômio. Patch resolve dar uma volta pelos corredores e encontra um homem fazendo cálculos matemáticos imensos em uma folha. Este homem amostra quatro dedo de sua mão para Patch e pergunta: “Quantos dedos tem aqui?” Patch responde que tem quatro. O louco o chama de burro e diz: “Não! Não! Não olhe para eles, olhe através deles!” Patch tenta fazer isto. Sua vista embaça e a imagem se duplica. Assim, Patch diz: “Oito”. O louco diz: “Isto! Pelo visto você não é tão burro como eu pensava!”

A malignidade em nós é bem conhecida de todos. Sempre há algo nos arrastando para o pecado. Todos os que conhecem a verdade e se enxergam diante de Deus podem ver seus pecados como gigantes indestrutíveis. Há coisas que nos prendem de tal forma que não sabemos o que fazer. Lutamos até esgotar as forças e nada acontece. Este era o caso desta mulher citada no texto.

A mulher tinha um problema há doze anos, e gastou tudo o que tinha com os médicos sem alcançar sucesso. Esta mulher já não tinha esperança. Seus sonhos foram destruídos pela doença. Seus bens foram devorados pela doença. Sua vida se esvaía por causa da doença. Este sou eu. Há pecados dentro de mim que destroem meus sonhos, meu ânimo de continuar, que roubam a minha vida. Neste momento, a única esperança que resta é Cristo.

É muito interessante como Deus conduz esta mulher por doze anos de aflição, para só depois dar o escape. Eu entendo perfeitamente o que Ele fez. Deus esgotou todas as possibilidades de livramento da mulher por suas próprias mãos. A mulher já tinha feito de tudo o que podia, mas Deus queria tirar a confiança dela em si mesma e depositá-la em Cristo. Somente no momento em que ela abre mão de tentar por si mesma e deposita a confiança em Cristo, ela fica curada. Se você é filho de Deus, preste atenção no que vou dizer: Por várias vezes Deus te conduzirá a níveis extremos de luta consigo mesmo para esgotar toda a sua confiança em si mesmo. O homem é gerado em tanta malignidade que Deus precisa destruir toda esperança de salvação que concorra com Ele na sua vida. Se você ora como se a oração resolvesse, e não Deus, Ele retira isto de você. Se você jejua como se o jejum fosse resolver, e não Deus, Ele retira isto de você. Quando você ora, jejua, lê a Palavra como meio de se achegar ao único que resolverá o problema, você encontra a solução. Não é a campanha de oração que resolve, é o Deus a quem nos achegamos durante a campanha.

Esta é a trajetória do estancamento: Deus conduz as pessoas em aflições pecaminosas por anos, se for necessário, para excluir a confiança delas nos métodos religiosos e em si mesmas. Depois Ele aparece para esta pessoa como a única solução eficaz. Então Ele transforma a fé de símbolos, toques e métodos em fé de Deus agindo por meio destes. A mulher não cria que o poder estava na orla do manto de Jesus. Ela cria que Jesus era tão poderoso que a orla da veste dEle já teria poder suficiente para estancar sua hemorragia. O poder não está no óleo ungido, na oração forte ou nas pessoas que os utilizam. O poder está em Deus, que habita dentro do homem da oração forte que usa óleo ungido. Quando entendemos isto, tudo se resolve dentro de nós. Todo misticismo é aniquilado e somos livres para compreender que a orla é só a orla, e que muito mais importante que a orla é quem veste o manto.

Quem olha para o Cristianismo vê apenas quatro dedos de homens falhos e pecadores. Quem olha para o Deus dos cristãos vê os quatro dedos acompanhados de mais quatro, que é a parte divina que nos possibilita viver.

Vinicius Albuquerque


Que Deus abençõe vcs,

Ministério VQT